O VAZIO DE SEUS OLHOS
Acompanho seus olhos em uma navalha o giro frenético das suas palavras as folhas de seu apartamento petrificadas um zunido metálico insiste na travessia das minhas costelas Blake e Van Gogh viraram poeira no meu quarto nenhuma abelha me visitou nenhum gafanhoto a peste sequer deu a volta sou martelado pela sua imagem no espelho... minha sala esta habitada por grãos e sete cavaleiros bebem as rosas na mesa o silencio é engolido pelo som de vespas vomitando ponteiros meus pés frios e a nuca emudecida sem seus dedos sem suas fagulhas sinto o afago de um deus enquanto agulhas tragam a fumaça dos seus braços suas retinas até daqui 100 anos-luz o consultório de espera é terrivelmente lodoso e acendo um maço de tempo a cada 5 minutos