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Mostrando postagens de outubro, 2021

POR ONDE SE APAIXONAR.

 Eu me apaixono! Sim, eu me apaixono diariamente pelas mais confusas e estranhas vias. Me apaixono pelas passagens de tempo no corpo, nos copos dos bares, nos faróis da madrugada. Fico louco de amor por sorrisos sinceros, desmedidos, sem hora certa, sem limite! Me encanta a doçura e a crueldade dos erros humanos  e a complexidade do amor que sai pelos olhos ao abrir a porta na sexta-feira a noite.  Me carrega como brisa a firmeza das crianças ao confirmar que entenderam a pergunta  mesmo não sabendo nada! Me acalantam os abraços nas rodoviárias... as despedidas,  os reencontros... As mães, filhos,  Pais... saudades. Me atravessam os olhares apaixonados... Como são vibrantes e sem nenhum pudor!  São como flechas disparadas em câmera lenta.  Cortam o vazio ...  Acertam no invisível do outro. Nada é mais belo que o nascer da criação! Um parto dolorosamente extasiante onde a criatura e criador se fundem,  se confundem,  se tornam uma só nota. Suspiro com o cheiro de um café fresco...  com

ENTRE ÍNTIMOS

O íntimo entre um casal é uma nascente rara. Todos os dias, com olhares infinitos, brota, a conta-gotas, um oceano de duas pessoas. É como uma trama de fios  cuidadosamente alinhada numa colcha de preciosos retalhos e retratos que os dois deixam se costurar... fios de sorrisos, beijos e carinhos... códigos que só eles conseguem decifrar. Entre os 2 acontece uma Carpintaria apurada feita de caçadas quase sem roupa, jantares improvisados, flores sem data, encontros no banho, Palavras antes do sono... Vez ou outra, tiram farpas dos dedos... A normalidade da vida faz parte. Ser íntimo de alguém é mais que nudez ou saber os horários. É o entendimento dos silêncios e olhares, pausas e suspiros, um mesmo copo para os dois, recados na geladeira e nos murais. Intimidade é discutir o mundo massageando os pés, saborear o fim de tarde sem desejar nada além de estar ali... é pensar em como e não no por quê! O cerne, o cabal, o fato, a gema, a essência entre o duo, nasc

ME DÁ A MÃO...

Me da sua mão? Junta ela com a minha na rua, no parque, no barzinho. Deixa todo mundo ver a gente assim! Me leva pra conhecer seus caminhos. Seus lugares, seus vizinhos. No sofá da sua casa, põe a mão sobre a minha... Repousa o silêncio dos seus dedos . Passa a mão nos meus cabelos, Me faz carinho. Usa do tato pra sentir meu peito Minha boca Meu riso. No escuro do teu quarto, tira minha camisa, minha calça, meu suspiro meu juízo... Tira com seu toque, o peso dos meus ombros de um dia inteiro. Vem e escreve um novo passo Um novo jeito. Divide a folha pra rabiscar Nossos Segredos, Medos, Vontades e desejos. Me dá tua mão num sábado De frente pro mar, Em cima do altar, Seus amigos e os meus pra testemunhar. No dia seguinte Brinda comigo em qualquer lugar! O mundo cabe entre o meu pulso e o seu polegar. Nas linhas que se cruzam, somos aquelas que insistem em se entrelaçar. 

AS VEZES BASTA UM OLHAR

A s vezes basta um olhar... Ai a gente se ajeita se aquece, deixa se iluminar. De pouco em pouco as mãos, pernas, lábios, se achegam. Viram intimidades, pequenos segredos. Infinitos abraços... Agarrar. Certo momento, conversar se torna corpo inteiro. Escapa, além da palavra, a fome e o desejo, o sorriso e nosso mundo inteiro. Atrás do brilho nos olhos, Muitas canções outros trajetos, lugares, livros, terreiros, coragem... Medos. Se avistar na imensidão do mar  e fazer do infinito um acaso, um pequeno lugar... uma mesa para dois... Se encontrar.