SÁBADO (TRECHO DO LIVRO)

“Eu me lembro que era um sábado ensolarado e que acordamos atrasados. Sua mãe, mais uma vez, reclamava de dores no joelho e eu tinha que dar um jeito de fazê-la rir para esquecer o incômodo. Chamava ela de velha e pergutava se queria ajuda para atravessar a rua... Tomamos café rapido e nos trocamos. Estava calor e sua mãe resolveu usar vestido e queria a todo custo ir de chinelos para poder andar descalça. Eu não a  contráriava mais! Da última vez tive que dormir no sofa.
Enquanto colocava a camisa, olhei disfarçadamente e vi seu orgulho e felicidade em marcar mais um dia na folha do calendário que ficava ao lado do espelho no nosso quarto. Cada dia passado tinha uma marca diferente. Tinha desenho de flor,sol,brincos, bolas,nuvens,ursos, rabiscos de poesia, miudezas delicadas que ela encontrava da caixa de bordado e mais um monte de coisas que só ela faz.
Eu desenhava algumas coisas também... uma bola de futebol,uma estrela,carrinhos... e sua mãe sempre me dizia que era melhor eu me acostumar com o rosa e que teria de aprender a pentear bonecas...
ela sabia a muito tempo que você viria.
Saímos de casa e ainda no elevador eu sentia sua mãe soltando fogos e tentando não me esmagar de tanta felicidade.
Nesse dia filha, fomos comprar seu berço...“

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